sábado, 24 de abril de 2010

AFINAL, É POSSÍVEL ENCONTRAR A FELICIDADE?

Como foi descrito nas postagens que antecedem esta, para se chegar à vida feliz é necessário percorrer um caminho alicerçado em alguns pilares como: conhecimento, relacionamento, amor, liberdade e o tempo.

O verdadeiro engano na vida é nos acomodarmos frente às situações que nos cercam, permitindo que percamos nosso significado no mundo. O mundo é lugar da realização do ser humano, local onde a vida acontece, temos como desejo da alma a felicidade e é tarefa nossa nos esforçarmos para que esta realidade aconteça.

Ao longo de toda a história da filosofia, em seus diversos períodos, os filósofos buscaram a compreensão acerca do mundo, seja por meio de um método racionalista-idealista, seja por meio do empirismo e suas disputas com a metafísica. Todas estas áreas da filosofia são de grande importância para a humanidade e para o ser humano, mas de nada serviriam se não existissem pessoas que a fizessem de maneira feliz.

As melhores realizações que podemos obter na vida, são frutos de um empenhar-se bem, de estarmos bem para desenvolvermos e criarmos. Portanto, se buscarmos a vida feliz, estaremos buscando nossa realização, nos encontrando, seremos capazes de nos relacionarmos de forma mais verdadeira.

Afinal, se buscar a felicidade é buscar a verdade (a alma), então podemos dizer que ser feliz é vivermos de forma autêntica e real, e que quanto mais buscarmos a compreensão da alma, estaremos cada vez mais nos desprendendo do mundo enquanto cárcere, e estaremos cada vez mais vivendo no mundo enquanto lugar que nos revela, lugar que nos devolve à alma. Heidegger fala da necessidade do homem em buscar o ser e viver uma vida ontológica, desvalorizando o caráter utilitarista da vida, conforme a razão instrumental nos propõe já no início do século XX.

Seremos capazes de compreender o mundo a partir do momento em que formos capazes de sermos nós mesmos, quando nos respeitamos enquanto seres que têm a capacidade de entendimento, de pensar, de tomar decisões, de sentir, e só podemos ser assim quando nos sentirmos livres.

Esta construção do verdadeiro homem é possível na medida em que este toma a coragem de mudar, de ir além, sair da estagnação que o comodismo o coloca e alçar vôos para aquilo que realmente deseja. Esta busca pela alma o torna livre capaz de ser e de viver o que deseja. Esta realidade compreendida e entendida faz com que tenha realização; é a fuga do ilusório e a chegada à realidade.

“Eu procuro por mim, tal qual o artesão procura sua arte escondida nos excessos da matéria bruta de seu mármore” (MELO, 2007, p.150).


REFERÊNCIA


MELO, Fábio de. Quem me roubou de mim. São Paulo: Canção Nova, 2007. 150 p.


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