terça-feira, 11 de maio de 2010

RECONCILIANDO COM A VIDA


A vida caminha em torno de uma unidade. Quando nascemos começamos a integrar o mundo, pertencemos a uma família; ao crescermos vamos estabelecendo laços de amizade, de namoro, de matrimônio, enfim, a vida vai se formando por meio de elos. Durante esse processo vamos percebendo o quanto os elos se tornam importantes em nossa história, e que fazer o processo inverso de desunir, nos torna desconexos dela.

Acredito que em determinado momento da vida, passamos por situações de união ou desunião. Por vezes, somos nós que distanciamos, em outras, sofremos o distanciamento. Quem que não passou por uma situação constrangedora, em que, diante dessa, mesmo sabendo que a pessoa tinha condições de resolver a mesma, não a resolveu, e também quantas vezes deixamos de resolver aquelas que estavam dentro de nossas possibilidades.

Diante disso, observamos que em muitos casos somos causadores de desuniões, de rompimento, quando poderíamos ser motivo de unidade. Talvez, inconscientemente fomos movidos a agir daquela maneira, mas isso não nos exime de refletirmos que precisamos tomar consciência sobre nossas atitudes, e que mudar se faz necessário. Para além de um moralismo, o que nos cabe pensar aqui é que podemos ser significativos e dar sentido a tantas situações, propiciando unidade em muitos momentos, estabelecendo pontes, sendo amigo, ao invés de nos mantermos distantes e isolados.

Portanto, vivamos a cada segundo, com a certeza de que é possível reconciliar-nos sempre; conosco, com as pessoas, com o mundo. Permitamos que as intuições presentes em nosso coração dirijam nossa existência , conduzindo-a a se tornar mais próxima, mais presente na vida das pessoas. Isso de fato nos permite viver no tempo, e não apenas passar por ele sem ter experimentado o sentido e o significado que a unidade nos propõe. Sejamos reparadores!

sábado, 8 de maio de 2010

DIA DAS MÃES


Mãe, sua grandeza se compara ao universo.


Seu amor, à imensidão das águas dos mares


Sua ternura aos mais confortáveis tecidos


Mãe, sua presença em minha vida é inesquecível.


Seu amor, insubstituível.


Não há nada neste mundo tão grande como o seu amor.


Tão belo é este amor, que é comparado à ternura de Deus.


Neste seu dia, eu só quero lhe dizer: “eu te amo” e “muito obrigado”.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

A PROFUNDIDADE DO AMOR


É interessante pensarmos sobre nossa atual cultura, em que vemos palavras e atitudes sendo traduzidas como amor. Afinal o que é o amor? Renato Russo na canção “Monte Castelo”, utilizando-se da primeira carta de Paulo aos Coríntios e de Camões, e escreve em uma das estrofes: “Estou acordado, e todos dormem, todos dormem, todos dormem. Agora vejo em parte, mas então veremos face a face. É só o amor, é só o amor, que conhece o que é verdade...”.

De fato, é só o amor que conhece a verdade. No grego encontramos o amor em três dimensões: enquanto eros, philia e agape. Eros é o amor que desperta desejo, atração, “envolvimento carnal”. Philia um amor proveniente da amizade e Agape o amor paternal. Todo ser humano tende a passar por estas fases, em nossa contemporaneidade o que percebemos é que as pessoas ainda não compreenderam o sentido do amor e suas dimensões.

Uma vez que este amor não é por nós compreendido, nos perdemos em nossos sentimentos, temos “medo de amar”, pois não tendo conhecimento dele, fica difícil vivenciá-lo. Acredito que a maturidade do ser humano vai chegando a medida em que ele se descobriu e se compreendeu nestas três dimensões. Freud compreendeu magnificamente a força que a libido exerce sobre nós por meio das pulsões, em seus estudos encontra o eros já presente na sexualidade infantil, ao se referir às repressões sexuais e ao complexo de Édipo e acrescentamos aqui as experiências vividas ao longo da história. Amor philia, Santo Agostinho faz referência a seus amigos, o quão estes eram importantes em sua vida, enquanto partilhavam suas vidas e na resolução de questões que esse pensava. O amor enquanto agape utilizamos como exemplo o encontrado no cristianismo, na figura de Deus como Pai, aquele que possui um amor incondicional por seus filhos. Conforme nos narra o evangelista Lucas ,na passagem do filho pródigo, esse pega a parte da herança que lhe cabia e gasta irresponsavelmente, quando se arrepende e retorna para casa, é acolhido pelo Pai, que não o culpa, nem o pune, mas apenas o ama e o acolhe novamente.

Adentrar as profundezas do amor é permitir-se descobrir e também abrir-se ao outro, é processo de alteridade constante, o outro nos revela. À medida que vamos deixando cair às resistências e os equívocos que nos foram introjetados ao longo a vida, vamos nos afastando da efemeridade e vamos abraçando a essencialidade, em busca da verdade que é o amor.

Portanto, a cada momento é tempo de se descobrir, de se dar à oportunidade para amar e ser amado, somos seres dotados de sentido, e só o amor pode dar sentido a vida humana. Deixe-se perpassar pelo amor. Na canção “O sol da meia noite” da banda Rosa de Saron, encontramos uma belíssima estrofe que nos fala: “É estranho e difícil te dizer que está tudo bem. Se há alguma coisa, então venha entender. O quanto só você pode dar um simples passo de cada vez. O sol da meia-noite aqui existe. Você pense, pare. Veja que o amor resiste. Olhe, prova, sente, toca”. O ser humano nasceu do amor e para o amor, retire as resistências, amar é respeitar-se, é respeitar o outro, é tornar-se e também tornar o outro feliz . "Ama e fazes o que quiseres" Santo Agostinho.

terça-feira, 4 de maio de 2010

SOBRE ADENTRAR A VIDA DE ALGUÉM E DEPOIS PERMANECER



A realidade humana é muito profunda, as vezes não conseguimos alcançá-la, facilmente vivemos distantes dela, e é daí que provém o motivo de tantas incompreensões.

Quando adentramos a vida de alguém, a priori procuramos demonstrar aquilo que “temos de bom”, procuramos impressionar, fazer com que as pessoas se encantem por nós, queremos ser aceitos, compreendidos, amados.

Depois que o relacionamento se solidifica, então todo aquele esforço que fizemos para esconder os nossos limites – aquilo que não temos de tão bom assim –, começa vir à tona, e então sentimos um grande medo, melhor dizendo, entramos numa batalha interior, em que não sabemos se aquele vínculo que criamos inicialmente vai continuar a perdurar ou se as pessoas deixarão de “nos querer” pelo fato de terem descoberto uma outra parte em nós que havíamos escondido.

A vida relacional se resume assim, somos seres de relacionamentos, a todo momento nos relacionamos, somos filhos, somos amigos, somos namorados, somos esposos. A vida é feita de vínculos. Descobrir a grandeza de se viver é não ter medo de se mostrar do jeito que se é, os verdadeiros relacionamentos são aqueles em que somos aceitos em nossa totalidade – com nossas virtudes e também com nossos limites –.

Portanto, eis aqui uma reflexão que precisamos constantemente mergulhar, tanto na aceitação do outro, como na aceitação de si, pois amamos sinceramente quando não diluímos a vida em elementos bons e ruins, mas aprendemos a acolher o ser humano em seu todo, que implica finitude, incompletude, e ser inacabado. Assim, reconhecendo o que somos, nos tornamos mais leves e também retiramos os fardos que colocamos sobre os outros e sobre nós mesmos. Torne-se livre.

domingo, 2 de maio de 2010

UMA BREVE ANÁLISE FILOSÓFICA EXISTENCIAL DE NARUTO UZUMAKI


O desenho animado Naruto tem atraído muitos fãs (me incluo entre eles), toda essa fama deve-se a magnífica forma em que o personagem é demonstrado, sua sinceridade, seu amor pelas pessoas e por sempre acreditar em seus sonhos.

Naruto pertence à Vila Oculta da Folha, sua trajetória começa a ser narrada quando o pai Yondaime - quarto Hokage (o ninja mais forte) –, dá a sua vida para salvar a aldeia onde moram, na luta contra um terrível monstro, e então aprisiona a raposa de nove caudas (Kyuubi) dentro do filho. Quando Naruto perde o controle de suas emoções, esta toma conta de seu ser, e quando consegue controlar suas emoções então é capaz de controlar a raposa.

Não tenho aqui o objetivo de detalhar o percurso de Naruto até se tornar um grande ninja, mas me deter à pessoa do personagem Naruto. Pelo fato dos pais terem morrido e ficado só, ele foi criado na vila, mas sempre olhado de uma maneira indiferente pelas outras crianças, todos comentavam secretamente: ele tem a raposa de nove caudas dentro dele; sempre foi discriminado pelos outros, cresceu sem a atenção e o amor dos pais.

Naruto foi crescendo e vivenciando o desprezo das pessoas, na escola preparatória para ninja, procurou sempre aprontar para chamar a atenção, até que é reconhecido por Iruka (seu professor) e mais tarde por seus amigos de equipe: Sasuke e Sakura e por seu mestre: Kakashi, dentre outros, como Jiraya e Tsunade, que viram nele um garoto especial: sonhador e cheio de amor.

O fato é que mesmo diante de todas as rejeições que passou durante a infância, mesmo as outras crianças tendo-o rejeitado, Naruto acredita nas pessoas e tem um sonho de se tornar um Hokage (o ninja mais forte – que protege as pessoas de sua aldeia –). As pessoas que cruzam a vida de Naruto vão sendo preenchidas pela esperança que ele possui, e por receberem dele confiança, são conduzidas a uma transformação de vida.

Chegamos ao ponto em que inicio uma breve reflexão. Naruto, mesmo tendo passado por tantas dificuldades e críticas, apesar das pessoas não terem acreditado nele, ele não se rendeu a essas situações, mas acreditou em seus sonhos, acreditou nas pessoas. Naruto teria todos os motivos para não acreditar nas pessoas, uma vez que temos a tendência a repetirmos aquilo que nos fizeram, romper este ciclo significa superação, e é o que ele faz a todo o momento, se superando em seus treinos, tornando-se forte e acima de tudo, amando as pessoas ao seu redor.

Percebemos nos episódios o quanto Naruto acredita naqueles que ele encontra, o quanto é capaz de querer dar a sua vida para resgatar aqueles que se tornaram significativos em sua vida, isso faz com que outros acreditem nele, e é por isso que ele se tornará um grande Hokage. Mesmo tendo a raposa de nove caudas dentro de si, sua força em busca do bem, do amor, é capaz de vencer as limitações que a Kyuubi talvez lhe imponha.

Em nossa vida também é assim, nossas realidades não são diferentes da de Naruto, lutamos cotidianamente, o tempo e seus acidentais, com sua finitude, nos estabelece limites, e somos atraídos por estes, e acabamos muitas vezes escolhendo pelo mal ou deixando que nossos momentos de raiva, de tristeza sejam maiores que a força do bem e do amor existentes em nós.

Portanto, como Uzumaki Naruto, façamos uma análise filosófica existencial em nossa vida, olhando para dentro de nós e saibamos acreditar em nossos sonhos, nas pessoas que passam ao nosso lado. E sendo conduzidos por este amor que habita nosso interior, aprendamos como nosso grande herói a superar o mal (Kyuubi), transformando essa força negativa em positiva, capaz de nos ajudar a nos tornarmos mais humanos, mais bondosos e a não desistir de nossos sonhos, e também dos sonhos das pessoas. Se torne um Hokage você também! Seja uma pessoa capaz de promover o bem! E então vivenciarás o amor. Seja Feliz!